sexta-feira, 17 de abril de 2009

Personalidades Extraordinárias




Jacques Bergier
Um Homem Secreto e Misterioso

“Quem tem apenas um minuto para viver, nada tem a dissimular”

Nascido no dia 18 de Agosto de 1912, em Odessa, de origem judia, Jacques Bergier não era somente um apaixonado do mistério, da Alquimia, da Ficção Científica, mas também um cientista, membro da Academia das Ciências de Nova Yorque e da Real Sociedade de Londres.
Cavaleiro da Legião de Honra e Condecorado com a Cruz de Guerra e a Roseta da Resistência.
Faleceu, no dia 23 de Novembro de 1978 em Paris, vitimado por hemorragia cerebral, tinha 66 anos.

Foi uma criança perturbada pela emigração da família, percorre as bibliotecas para se entregar a uma literatura completamente nova na época, a ficção científica, descoberta muitas vezes em textos russos, polacos e alemães. Tal facto dar-lhe-á o gosto pelas ciências exactas mas também pelo sonho sem as quais não poderá haver progresso. Estudou no Liceu Louis-le-Grand e, seguidamente, no Instituto Superior de Química e na Sorbonne.
Enquanto estudante, nota-se já essa insaciável curiosidade por tudo aquilo que não tem explicação, bem como o gosto pelas hipóteses.
Sem a 2ª grande guerra, que alterou o destino do jovem cientista, apaixonado pela física nuclear, teria sido um dos maiores investigadores do século.

O Cientista Misterioso

Jacques Bergier era verdadeiramente um fenómeno, um homem que recusou a bandeira do conformismo, era o homem das aventuras: a rácica e a cultural pelas suas origens judáicas, a científica pela enorme amplitude das ideias que este século conheceu e nas quais se envolveu ou, simplesmente, a trágica pelo universo dos campos de concentração que teve de sofrer.
Dizia que nesta vida não há lugar para o repouso do corpo ou do espírito. É o alerta e a actividade perpétua, o estar acordado permanentemente, impede que a inteligência se acomode no doce conforto das certezas.

Era previsível vir ter uma carreira brilhante, antes da última grande guerra. Ainda jovem por volta do ano de 1936 como Físico, descobriu um processo que iria permitir a utilização da água-pesada na travagem dos neutrões. Realizou pela primeira vez, a síntese do polónio. Foi no seguimento destas pesquisas, em correlação com as de Frederic Joliot-Curie, que desencadeou uma luta que se chamou a “Batalha da água-pesada”.As circunstâncias históricas interromperam os seus trabalhos, o que não impediu de continuar a ser um pioneiro da pesquisa no domínio da física nuclear, uma vez que em 1947, registava uma patente relativa ao arrefecimento das pilhas atómicas.
Entretanto, em 1940, organizou em França a primeira rede de espionagem científica e participou no transporte da água pesada, da Noruega para a Grã-bretanha.
Muito mais tarde conheceu Louis Pauwels e ambos escreveram um livro surrealista marcado por Gurdijieff, “O Despertar dos Mágicos” pode ler-se no prefácio desta obra: “Mas se este livro contribuir para que as pessoas vejam as coisas mais de perto, mais longe, teremos antigido o nosso objectivo”.
Eis a chave de toda a acção; levar-nos a ver mais longe, para lá das aparências. Pagou-o caro! Antigos colegas acusaram-no de trair a ciência, pois ele sabia que a ciência não é um fim em si mesma, mas uma porta aberta para o mistério.

Bergier era um homem secreto e misterioso, ninguém o conhecia verdadeiramente. A maior parte dos que, dia a dia, amigos e colaboradores, estavam ao seu lado, nem sequer sabiam onde vivia. Não tinha nome na lista telefónica, ou se estava era com um nome suposto. Durante a sua espantosa existência utilizou pseudónimos ou nomes de espião, todos eles plenos de um sentido que será necessário descodificar um dia, a fim de reencontrar o verdadeiro intenerário deste estranho personagem. Para ele a realidade ultrapassou a ficção. Quer nas suas peregrinações de infância às bibliotecas, nas suas aventuras científicas, na sua apocalíptica experiências dos campos de concentração nazi, ou na sua busca incansável, muitas vezes coroadas de sucesso, das realidades fabulosas que nos esperam par lá das aparências.

Entre 1936 e 1940, associou-se a um grande químico, Alfred Eskenazi, desaparecido muito cedo, e a Vladimir Gavreau, o celebre físico que descobriu nos anos sessenta, o canhão sonoro, arma cujo fabrico foi interrompido devido á sua eficácia destruidora… em conjunto, registaram patentes que continham todas as ideias de base da automatização, tal como só a partir de 1950 começou a ser desenvolvida.
Encontrou-se com Helbronner, o pai da água pesada, em 1936, e realizou, com este, pesquisas de física nuclear no laboratório privado do sábio, situado na sua casa, no número 45 da Rua Saint-Georges. Neste local efectuaram-se descobertas sensacionais, que poderiam ter mudado a face do planeta Terra, mas Bergier na sua autobiografia disse que este não estava preparado para a receber essas descobertas.
Tempos depois realizaram a síntese do polónio a partir do bismuto e do hidrogénio pesado. Em conjunto criaram técnicas que permitiram construir pequenos geradores nucleares.

Jacques Bergier encontra-se com o Grande Fulcanelli, Alquimista e autor do “Mistério das Catedrais”.

Bergier em dada altura descobriu a existência da alquimia e teve o privilégio supremo de encontrar o grande Fulcanelli.
Foi na primavera de 1938 que foi recebido num laboratório do Gás de Paris, que na altura era chefiado por um homem com cerca de 40 anos, nada mais nada menos, que Fulcanelli, o grande alquimista que teria conseguido realizar a “Grande Obra” e advertiu-o dos perigos que a humanidade poderia correr, em resultado das pesquisas efectuadas no laboratório da Rua Saint-Georges.
Ter-lhe á o alquimista dado alguns segredos relativos à transmutação do ouro? Nada se sabe, mas o que é certo é que Bergier conseguiu fabrica-lo, com material científico apropriado, por volta de 1950.

Com a 2º Guerra Mundial, Bergier teve outras experiências sobre o mistério e o segredo. Experiências de acção, na Resistência francesa e na luta clandestina. Põe ao serviço da causa, todos os seus conhecimentos de química, de rádio e de criptografia bem como toda a sua astúcia. Primeiro em Toulouse e, mais tarde em Lyon com a sua rede “Marco Pólo” que fez maravilhas. Foi sobretudo graças a essa rede e às informações por ele transmitidas que em 1943 foi bombardeada a base de Pennemunde, o que veio permitir o desembarque no ano seguinte.

Quando esteve preso pela Gestapo, foi torturado padeceu de grande sofrimento, realizou algumas experiências de paranormalidade extremamente interessantes, descreve-as na sua autobiografia, prometeu dar uma analise mais completa principalmente, a que diz respeito ao que chamava a sua “viagem para além da morte” e que não deixaria de apaixonar todos os investigadores que hoje, realizam pesquisas sobre o assunto.

Quais foram as sua actividades de espião por ele exercidas depois da guerra? Nada se sabe. Bergier falava de “Grande Jogo”, “o governo do Mundo por influências ocultas” e o “Colégio dos Grandes Desconhecidos”. De cientista discreto tornou-se depois da guerra num homem público, jornalista, não abandonando as pesquisas, embora pouco ou nada saibamos sobre o assunto. Teríamos que encontrar e descodificar as suas notas técnicas.

Pesquisado no
Jornal NOSTRA, Nº31 de 1979 e no livro “Eu não sou uma lenda” de Jacques Bergier.


Algumas curiosidades acerca de Jacques Bergier

Jacques Bergier é também conhecido, por ter iniciado uma nova corrente literária, o “REALISMO FANTÁSTICO”.

Na banda desenhada TINTIN, Bergier é o professor Tornesol.

Numa entrevista, disse que esteve 20 dias em Lisboa em 1942 no tempo da guerra, e que tinha a trabalhar para ele na espionagem Ian Fleming, e que o aconselhou a escrever as aventuras de James Bond.

Tinha um Q.I. de 160, lia desde os 5 anos de idade e o primeiro livro que leu com essa idade foi a Bíblia.

Escreveu mais de 40 livros.

Lia em média quatro a cinco livros por dia, à velocidade de mais de 4 milhões de caracteres por hora.

Escolhia os seus livros entre a Ficção Científica, publicações especializadas no bizarro e no extraordinário, os tratados da física aplicada, Astronomia, as Matemáticas, os romances policiais e espionagem.

Lia em Francês, inglês, hebraico, russo, polaco, checo, italiano, alemão, português e espanhol.
Senhor de uma fantástica memória, que raramente o traía.
Era dos homens mais bem informados do seu tempo.



Jean-Pierre Pedrazzani escreveu sobre Bergier, “Baixo, nutrido, rosto malicioso, olhos em constante movimento, sempre mal barbeado, vestido sem o mínimo de apuro, emanava deste homem extraordinário, uma aura de bondade e de inteligência que não conheci em outra qualquer pessoa. Um homem extravagante e encantador que constituía para mim um enigma.
Conheci o professor Bergier, há uns quinze anos, nunca o vi a envelhecer nem a criar rugas, tinha 66 anos mas ninguém, teria sabido a bem dizer ou atribuir-lhe qualquer idade.”


ALGUMAS DAS SUAS OBRAS

“Visto para outra Terra”
“Os Extraterrestres na História”
“Agentes secretos contra armas secretas”
“A Terceira guerra mundial já começou”
“Os Impérios da química moderna”
“O livro do mistério”
“Espionagem Política”
“O Livro do Inexplicável”
“À Escuta dos Planetas”
“O Livro dos Antigos Cosmonautas”
“Os Mestres Secretos do Tempo”
“Os Livros Malditos”
“Fenómenos Paranormais”
“Eu Não Sou Uma Lenda”

E escreveu em conjunto com Louis Pauwels, “O Despertar dos Mágicos”

1 comentário:

  1. Jaques Bergier não foi uma lenda!!!
    O despertar dos mágicos foi meu livro de cabeceira durante meses.
    Jaques Bergier, simplesmente,um homem a frente de seu tempo!!!

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