segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cercibeja





A CerciBeja é uma Cooperativa de Solidariedade social criado em 1978, com o objectivo, de prestar assistência educativa, a crianças, as quais, quer por dificuldades expressas de aprendizagem, quer por apresentarem deficiências motoras, sensoriais ou psicológicas não conseguiram integrar-se no ensino regular; desde então, a CerciBeja, tem vindo a alargar a sua abrangência, já que, detectou a existência de jovens e adultos deficientes, os quais enfrentam sérias dificuldades de integração socioprofissional.
Para efectuar uma correcta inserção social, esta Cooperativa, estendeu o seu trabalho a nove Conselhos do distrito de Beja: Beja, Serpa, Vidigueira, Ferreira do Alentejo, Aljustrel, Alvito, Cuba, Mértola e Castro Verde.



Esta Instituição, fica situada na Quinta dos Britos em Beja.
A sua actuação no âmbito do seu trabalho social faz-se em quatro frentes essenciais:
Na sensibilização, Reabilitação, Integração e apoio, tendo a funcionar quatro valências:

- Unidade Educativa;
- Centro de Actividades Ocupacionais;
- Centro de Emprego Protegido;
- Unidade de Formação Profissional;

Tendo como objectivo, promover, em colaboração com as famílias, o desenvolvimento cognitivo e sócio-afectivo do jovem, com vista a uma integração socioprofissional afectiva, actuando nas áreas da escolaridade, expressão e movimentação, trabalhos manuais, horticultura e Jardinagem, carpintaria e serralharia.


Florival Candeias – Valito
Artista Plástico
Aluno da CerciBeja




No passado mês de Janeiro, fiz uma visita guiada à CERCIBEJA, e presenciei o trabalho espectacular daqueles funcionários, para com aqueles alunos. Visitei todas as secções. Mas numa delas, chamou-me especial atenção um dos alunos, a quem tentei conhecer melhor; disse-me chamar-se Florival Candeias, mais conhecido por Valito.
O Valito é um artista plástico, uma pessoa de uma simpatia contagiante, de quem gostei e foi um prazer tê-lo conhecido. Logo de seguida, mostrou-me as suas obras:












Quem é o Valito?

Florival Candeias nasceu em 1973 em Alvito, uma Vila a 40 km de Beja; é uma pessoa muito bem disposta.
O seu gosto pela pintura começou muito cedo, por volta dos seus 5 anos de idade. Apesar da sua deficiência mental, gostava muito de falar acerca de ideias criativas para os seus quadros, que encontrava no seu ambiente social. Aos 10 anos de idade, entrou para a CerciBeja, aonde desenvolveu os seus dotes artísticos.
Todos os dias, na Instituição, dedica-se com paixão à sua arte, onde utiliza tintas de aguarela, pintando os elementos do seu mundo; pessoas e gatos, céu azul, o mar, terras acastanhadas, prados verdes, o nascimento e o pôr-do-sol. Todos estes elementos, representam um papel importante no seu trabalho.
Adora música, tanto gosta de ouvir pela rádio, como gravações das suas músicas predilectas.
Valito gosta de dizer que é o Picasso. Já participou e continua a participar em muitos concursos competitivos de arte, nacionais e internacionais. Eis alguns, do seu palmarés:

- 9º Concurso competitivo de Arte para deficientes mentais no Porto em 1991.
- Vencedor do concurso competitivo de arte “Riscos e Rabiscos” em 1996.
- Foi premiado em 1996 pelo Ministério da Cultura pela sua obra de entalhe em madeira “A mulher Nua”.
- Prémio de honra ao mérito no 7º Concurso Nacional de Arte para Deficientes Mentais em 1997, assim como uma distinção no 8º Concurso Competitivo de Arte na Cidade do Porto em 1998.
Não há dúvida de que o meu amigo Valito é uma pessoa talentosa. Um grande abraço para ti, do Azevedo.

Terminei a minha visita, numa das salas de aula, com um apontamento de magia, que fez as delícias dos alunos. Prometi visita-los mais vezes, e assim acompanhar o seu desenvolvimento.

Durante a minha visita a esta digna Instituição, foi-me dado ver, esta obra meritória, e o trabalho desenvolvido, com muito amor e dedicação, por todos o que ali trabalham. Só me apetece dizer, Bem-haja CerciBeja.

Para concluir, é importante que se diga o seguinte:
Devemos ter em conta, que os deficientes mentais só podem contar com o apoio e a vontade da sociedade em que estão inseridos, precisando pois, dessa compreensão e ajuda. São cidadãos com os mesmos direitos, que quaisquer outros, sendo tal situação, reconhecida na Organização das Nações Unidas desde 1971.

É importante ter presente que um deficiente mental, não é o mesmo que um doente mental. Enquanto que, para os primeiros existe um processo de recuperação, de ensino e de inserção social, para os segundos haverá um tratamento terapêutico, dado que estes poderão ter as suas funções afectadas.