segunda-feira, 27 de abril de 2009

Baghavad Gita

Baghavad Gita

A Natureza do Espírito e do Corpo


Assim como o espírito, vestindo este corpo material, passa pela infância, adolescência, maturidade e velhice, assim também, na altura certa, ele habita outro corpo, e em outras encarnações, viverá outra vez. Os que possuem a sabedoria, sabem que isto é assim e não se deixam influenciar pelas mudanças a que está sujeito o mundo material.

Os sentidos dão-te, por intermédio da alma, as sensações do calor e do frio, do prazer e da dor. Mas estas mudanças vêm e vão, porque pertencem ao temporário, ao impermanente e são inconstantes. Suporta-as com equanimidade, valentia e paciência, ó príncipe.

O homem que não se deixa atormentar por essas sensações – que se conserva firme e inabalável no meio do prazer e da dor – possui a verdadeira paz interior. Esse homem, entrou no caminho que conduz à imortalidade.

Sabe que o Ser Supremo, fonte de todo o Universo, está em tudo e é indestrutível. Ninguém pode destruir esse Ser.

Conhece esta verdade, ó príncipe! O homem real, o espírito humano, não nasce nem morre. Inato, imortal, eterno, sempre existiu e sempre existirá. O corpo pode morrer ou ser morto e destruído; porém, aquele que ocupa o corpo, sobrevive à morte deste.

Tal como no fim do dia despimos as roupas usadas e, no dia seguinte, nos voltamos a vestir com novas vestes, assim também o Espírito, tendo abandonado a velha morada mortal – o corpo – entra numa outra nova e recém preparada para ele.
O Espírito, não pode ser ferido por armas, nem queimado pelo fogo, a água não o molha e o vento não o seca nem o move.

Ele é impermeável, incombustível, indissolúvel, imortal, imutável e penetra tudo.

Em sua essência é invisível e inconcebível. Sabendo disto não te aflijas.

Aqueles que são ignorantes, não sabem de onde vimos e para onde vamos; conhecem só o transitório. No Ser Eterno, todas as coisas manifestam-se primeiro nos planos invisíveis, depois fazem-se perceptíveis e, na morte, tornam a ser invisíveis.
O espírito, o homem real, que habita no corpo, é invulnerável e indestrutível. É a fonte da vida.

(Trecho do 2º Cap. Do Bhagavad Gita. O Gita é uma sagrada escritura hindu e contém de uma forma sublime, a essência da ética, filosofia e teologia do hinduísmo. Trata-se da obra hindu mais conhecida em todo o mundo)

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