segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Que é a Teosofia?




O Que é a Teosofia?


Helena Blavatsky a fundadora do movimento ocultista e teosófico moderno disse, no seu livro «A Chave da Teosofia», que o termo Teosofia é a Ciência ou o Conhecimento Divinos. O termo Teosofia significa portanto, a Sabedoria Divina ou a Sabedoria dos Deuses. O vocábulo theo, em grego, quer dizer um deus, um dos seres divinos, um membro de uma hierarquia criadora (os anjos, arcanjos, serafins e querubins do Cristianismo). Não é, por conseguinte, a Sabedoria de Deus (o Logos Solar, a divindade que sustenta e dirige um sistema solar ou – o Logos Cósmico, a divindade que dirige o Cosmos) mas, sim, a Sabedoria Divina, aquela que os deuses ou as hierarquias criadoras possuem e partilham.

Leadbeater – um dos grandes ocultistas do início do movimento teosófico moderno – no seu livro «Compêndio de Teosofia», sustenta que a Teosofia não é, em rigor, uma religião, mas a verdade que serve de base a todas as grandes religiões. Vista numa outra óptica, a Teosofia é uma síntese conceptual que engloba simultaneamente aspectos religiosos, filosóficos e científicos. Assim, é a Filosofia Arcana, porque explica claramente o plano da evolução dos seres que fazem parte do nosso Sistema Solar. É a Religião Sabedoria, porque oferece um método para apressar essa evolução, de modo a podermos, por um esforço consciente, adiantarmo-nos no caminho da perfeição. É a Ciência Espiritual porque todos os conhecimentos que fazem parte da sua doutrina, são o produto da investigação (utilizando a metodologia da Ciência Espiritual) de Mestres de Sabedoria e Compaixão e dos Seus discípulos que, desenvolveram determinados poderes. Esses poderes, existem latentes em todos nós e, quando despertos e activos, permitem a observação, a investigação e o contacto directo e profundo com os fenómenos e as realidades subtis e espirituais. Não se trata portanto de uma crença ou de uma revelação e, todos nós, quando desenvolvermos esses mesmos poderes, poderemos contactar a Realidade que está por trás dos ensinamentos teosóficos.


Os 10 Ensinamentos Essenciais

Annie Besant – uma grande discípula do início do movimento teosófico moderno – definiu no seu livro «O Enigma da Vida», os dez ensinamentos essenciais da Teosofia que passamos a desenvolver:

1. Declara a Teosofia que o homem pode conhecer a Divindade, porque ele próprio é divino. O homem tal como o Logos é trino, ou seja espírito, alma e corpo.

2. A Sabedoria dos Deuses afirma que, toda a vida e todos os seres (desde a mais ínfima partícula subatómica, até ao mais excelso Arcanjo ou Querubim) partilham da mesma vida una e divina. Temos todas as nossas raízes no Logos. Ele é a nossa fonte e meta.

3. É o facto de todos os seres partilharem a mesma vida divina que, fundamenta a necessidade da fraternidade. Violentar ou agredir um ser vivo, por mais “insignificante” que ele seja, é violentar ou magoar a nós próprios.

4. Ensina a Ciência Espiritual que, no início da manifestação cósmica, no Uno Imanifestado, surge um ponto, o Logos Cósmico e que o primeiro movimento desse Logos é a Sua diferenciação em 3 aspectos: o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Logos. Estes 3 Logoi são o fundamento de todas as Trindades Divinas. No Hinduísmo: Shiva, Vishnu e Brahma. No antigo Egipto: Osíris, Hórus e Ísis. No Cristianismo: Pai, Filho e Espírito Santo. Na Cabala judaica: Kether, Chokmah e Binah.

5. Revela ainda a Religião Sabedoria que, outro dos movimentos primordiais, consiste na diferenciação da Substância Pré-Cósmica Imanifestada. em 2 pólos: o pólo da substância vida/consciência ou espírito e o pólo da substância energia ou matéria. É a relação, jogo, ou atrito entre estes dois pólos da substância cósmica, orientado superiormente pelo Logos, que permite a diferenciação ou densificação dos 7 Mundos. É neste grande palco cósmico que se vai desenrolar o grande drama da evolução das hierarquias dos seres, das quais a humanidade é uma delas.

6. A Filosofia Arcana afirma que, o propósito maior de todos os seres é a expansão ou o desdobramento da consciência.

7. A Sabedoria Antiga esclarece ainda que, o processo evolutivo se desenrola sob a égide de Leis Fundamentais, das quais a lei da reencarnação ou dos ciclos é uma das mais importantes.

8. Expõe também a Teosofia que colhemos o que semeamos; que recebemos da vida o que demos no passado. Recebemos o bem, a alegria e o amor, se no passado generosamente distribuímos estas riquezas; se por ignorância fizemos o contrário, colheremos da vida tristezas e sofrimentos. Somos assim, os construtores do nosso destino.

9. A Doutrina Oculta sustenta que o homem evolui em 3 mundos: O Plano Físico, o Plano Astral e o Plano Mental. No Cristianismo esses mundos são conhecidos como o Inferno (na óptica da Ciência Espiritual, a nossa vida no plano material ou físico é o verdadeiro “inferno”), o Purgatório e o Céu. No Hinduísmo, essas esferas são denominadas como: o Bhurloka (a raiz bhu em sânscrito quer dizer inferno, infernal), o Bhuvarloka e o Savarloka.

10. Ensina por fim a Ciência Espiritual que, tal como o homem é o produto da evolução dos reinos sub-humanos, nomeadamente: o mineral, o vegetal e o animal, (na perspectiva teosófica o homem não é um animal mas um deus, uma hierarquia criadora); assim também, os reinos evolutivos supram humanos, são o resultado da evolução dos reinos que se encontram abaixo deles na escada evolutiva. Como consequência deste facto, acima do reino humano, encontra-se o Reino dos Mestres de Sabedoria e Compaixão que, no Seu colectivo, formam a Hierarquia Espiritual Planetária ou o Governo Oculto do Mundo. Todos nós seres humanos poderão integrar um dia, essa mesma Hierarquia Espiritual. Para percorrermos esse caminho em segurança e mais depressa, deveremos sustentarmo-nos em 3 colunas. A coluna do Mestre, a coluna do ensinamento e a coluna do grupo. A Sociedade Teosófica, pela sua própria natureza, oferece ao aspirante esses 3 apoios.

Annie Besant conclui que todas as religiões expõem ou expuseram estes ensinamentos embora, um ou outro deles, possa ficar temporariamente em segundo plano; mas, acrescenta ela: «eles reaparecem sempre».


A Missão da Sociedade Teosófica

Annie Besant na mesma obra revela que, a «missão da Sociedade Teosófica como um todo é a de difundir estas verdades em todas as nações» e, acrescenta ela, «se a Sociedade Teosófica como colectividade, deixasse de aceitar e difundir estas verdades, também deixaria de existir».•

Por fim, conclui Annie Besant: «A incorporação da Sabedoria Divina numa organização, forma um núcleo, a partir do qual as forças da vida podem irradiar. Assim, um novo e sólido vínculo é formado entre o mundo espiritual e o mundo material.»


Concepção, composição e edição do Ramo Aquário. (Lisboa; Novembro de 2004)
joaogomes10@mail.telepac.pt

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